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Mostrando postagens de 2015

Eu tive de ficar...

Eu  tive um sonho daqueles que arrancam sorrisos de dentro do nosso sono. Sonhei com o seu apartamento, aquele antigo de 2008. Estávamos deitados no sofá, discutindo o porque de ainda assistirmos a Globo e disputando com cócegas e pequenos apertões a posse do controle remoto. No sonho, você beijava minha cabeça e sussurrava no meu ouvido: “Eu nunca vou te deixar partir...”. Acordei sufocada. Realmente aquilo só podia ser um sonho, porque se teve algo que você fez bem, f oi me deixar partir. Lembro como me agarrei a você com  todas as minhas forças, unhas, dentes, laços e pernas. Fiz de tudo pra que você não me expelisse. Sentia como se eu fosse um espirro preso e que toda vez que você ameaçava soltar,eu rapidamente te distraía para adiar o inadiável. E eu adiei, e eu camuflei e eu me humilhei. Eu te amava mais que a mim mesma e esse foi o meu maior erro. O mandamento bíblico diz para amar ao próximo como a ti mesmo, mas nunca, jamais, mais que a si próprio. Não adianta, qu

Fragilidade Humana

Tenho me deparado frequentemente com os limites da fragilidade humana. Curioso como o homem (em espécie, não sexo) se diz tão superior as outras vidas do universo, sem se dar conta do quão facilmente se desmontam. Pessoas cheias de si, cheias de razão, cheias de princípios, cheias de tudo – caem por terra quando se deparam com o espelho e são ferozmente golpeados pelo que enxergam. Somos recipientes vivos, frágeis a tudo que depositam ou tiram de nós. Mesmo os mais blindados e aparentemente fortes guerreiros, tem seu calcanhar de Aquiles e basta tocarmos exatamente ali que o império vem abaixo. Acho presunçoso ao extremo achar que estamos prontos ou que não precisamos de nada e nem ninguém. Claro que o contrário disso também é prejudicial se encarado em excesso. Estamos numa gangorra de extremos entre uma sociedade carente e outra completamente gélida. Reconhecer-se humano é o primeiro passo para evolução e enfrentar as próprias fragilidades é a maior prova de coragem que se

E de repente passa...

E de repente passa... A dor que esmagava o peito, tirava o ar, embrulhava o estômago, passa... A saudade que mastigava, que corroía, que desbaratinava  simplesmente passa... O medo que cegava, que infiltrava, que assombrava... Passa também! E tudo aquilo que achávamos que nos mataria, vai se esvaindo, assim, como um copo trincado que perde lentamente a água e quando nos damos conta, já está vazio. Eu me esvaziei de você e nem me dei conta. Quando lembrei de ter saudades, eu já não a tinha mais. Deve ter pulado para outro coração. A tristeza já não mora mais aqui e eu não sei de seu paradeiro. Espero que ninguém encontre. E você, que era meu tudo, simplesmente não é  mais nada. Nada além de um vazio gigante que ficou no lugar de sua partida. Não dói, não fere, nada. Só é estranho, esquisito não ter você aqui me tirando o sono. Essa paz ensurdecedora é nova, preciso me adaptar a ela, afinal, por longo período, a única coisa que conhecia de cabo a rabo era o mal que me fa

Encantamento

Os olhos dele brilhavam diferente dentre todos os olhos. Emanava uma energia que me arrepiava e um magnetismo que me roubava de todos ali. Era um lugar comum, com pessoas comuns, com música comum; e por Deus, ele era tão especial! Não foi necessário trocar uma palavra pra perceber que ali, eu corria sérios perigos. Ele era ímpar. E eu queria ser seu par. Bastou alguns passos  estávamos frente a frente, no ponto para devorá-lo. Mas ele era bom demais para isso, quis saboreá-lo aos poucos, gradativamente, para nunca acabar! A cada palavra que saia de sua boca, me perfurava o estomago, causando um encantamento nunca vivido outrora. Todos os seus pontos de vistas eram diferentes e melhores do que conhecia. Ele era jazz, era blues, era cor, era show, era bossa, era rock, era roll , era groove, era sexy, era ele. Ele era uma mistura das coisas mais incríveis que existiam. Decorei cada centímetro do seu rosto, a curva acentuada que marcava seu sorriso – o mais lindo do mundo, juro

E a gente ainda vai rir de tudo isso.

Acredite em mim; ainda estaremos sentada num bar e a cerveja estará especialmente gelada, a porção de batatas oleosas voltará a ter sabor; e a gente vai rir de tudo isso. Lembraremos das horas corridas, aflitas, passadas e mal acabas, sofridas; e a gente vai rir de tudo isso. Contaremos uma  a uma, as situações embaraçosas que passamos até ali e os medos que brotavam como gotas em dias de chuva; e a gente vai rir de tudo isso. Olharemos para trás e não acreditaremos que pensamos que não conseguiríamos, que não iriamos aguentar. Sentiremos por um segundo a mão na garganta, aquela que sufocou por diversas vezes o choro que nós sufocamos para parecer fortes. Olharemos uma para outra e brindaremos; a gente vai rir de tudo isso. Recordaremos as vezes que saímos para beber- ou esquecer- e nos pegamos filosofando de como seria nossas vidas dali para frente. Se aquele amor que nos destruía seria algum dia superado. Olhávamos uma para a outra e dizíamos:” Não, impossível, dessa vez é p

Volta!

Volta logo vai, já cansei de esperar você ir embora de vez. Eu sei que é o melhor para mim. Eu sei que é melhor pra você. Mas quem aqui consegue? Ensaiamos tantas vezes a sua ida que quer saber? Já vi que ela não vai acontecer. Eu te amo, você me ama e a gente é destrutivo junto. Eu estou tentando romper tudo isso há tanto tempo, que já me esqueci de como era boa nossa soma. Nós nos matamos todos os dias, mas não enterramos, mantemos essa sobrevida parasita que não nos preenche, mas nos consome. Então volta logo, cacete! Volta pra mim, por inteiro, traz seus sonhos que serão meus de novo! Traz seu riso, traz seu sono, traz seu hálito, traz sua calma, traz seu corpo e entra mim para não sair mais. Não podemos um com o outro, você é meu pior adversário, o mais forte, então junte-se a mim e vamos ser um, vamos ser explosão, entra em erupção comigo, assim, do jeito que me ensinou e eu aprendi tão bem. Eu nunca quis que fosse, mas as evidências são gritantes. Vamos gritar mai

Foda

Tá foda te digerir. Você é aquela comida gostosa que me deu dor de estômago. O corpo sabe que fará mal mas a boca ainda quer sentir o sabor. Eu vou melhorando, gradativamente, mas ainda me sinto indisposta, ainda tenho refluxos e sim, você ainda me causa vertigem. O médico me indicou repouso, mas eu não fiz. Você sempre briga comigo dizendo que sou inquieta e não paro um segundo. Alias, sua presença causa a maior inquietação que já senti. Eu te amo. Mesmo. Pra caralho. E está foda. Está foda ver você ir embora todos os dia e não ser mais pros meus braços. Está foda ver você sorrindo por outros sorrisos, e mais foda, você  nunca sorriu assim por mim. Está foda ver você seguindo seu caminho sem olhar pra trás e sem notar que eu fiquei capenga. Tem muita coisa foda n isso tudo , mas o mais foda de tudo, foi entender que foda era nossa história, foda era nossa química, foda era nosso timing e que só eu via tamanha potência. Lembro que nossas brigas tinham beleza, eram em cen

Crônicas - Lily e a Chuva

Era fim de tarde, dessas de agosto, a garoa fina e gélida arrepiavam meu corpo e cabelo. Eu estava com preguiça, já não tinha meu velho Fiat na garagem e precisava urgentemente comprar algo para comer. Vesti seu casaco, aquele desbotado e infinitamente quente que deixou por engano no fundo do meu armário. Sai de casa, sob o céu cinza e molhado, desengonçada – como você me deixou – com as roupas largas de inverno, com aquele colorido sombrio e brega que os meros mortais usam nessa estação. Caminhei encolhida pelos quarteirões rumo ao mercadinho do bairro. Há tempos eu já não me importava com chuva na cabeça, afinal, eu havia tomado coisas muito piores nela. O frio já não doía a pele, ao contrário, amortecia a dor que sentia por dentro. A solidão da cidade nesses dias confortava o vazio que sua ausência causará em mim. A penumbra ornava com meu estado de espírito. Faziam alguns meses desde a sua partida e ainda mantinha sua xícara em cima da mesa. Eu tenho essa mania estúpida de cul

Vem e vai.

Vem e vai, não pode ter fim. Nós não pontuamos, nunca finalizamos, deixamos a porta entre aberta, pra que de alguma maneira sempre tivéssemos acesso um ao outro. Sempre enfatizo que sou ótima em iniciar relações mas péssima para finaliza-las, talvez porque eu sempre acredite que podemos ir um pouco mais; pecado meu, reconheço. Seu gosto nunca senti, mas não sai do céu da minha boca, como aquele doce que desejamos tanto, que conseguimos sentir a dor da ausência sem nem sequer ter provado. E teu sorriso? Escrachado, estampado, sarrista e sem vergonha. Odeio a forma que me constrange, odeio a forma que derrete, odeio gostar tanto dele. Nosso papo sempre fluiu, que nem água, mas água de queda, daquelas agitadas, cortantes e agressiva. Nossa acidez sempre combinou tanto que nos repeliu nesses anos todos. Mas você insiste em voltar, e quer saber? Agora vou te pegar, te agarrar, te sugar, te morder, te sentir, te viver, te tocar, te prender, te desvendar, te absorver. Depois pode ir e

Penhasco.

A dor de cair de um penhasco é lenta, tem uma vista linda, causa vertigem e calafrios,  dá a esperança de possíveis asas e tempo de pensar. Mas é fatal. E quando colide com o solo, meu amigo, não sobra um pedaço pra contar história. Aliás, que coleção de histórias fizemos juntos não? Assim é a decepção certeira. São relações que entramos já fadadas ao fracasso e mesmo com essa ciência, arriscamos e arremessamo-nos de corpo – e pior!- e alma. Amores não são escolhidos, são plantados pelo destino, germinam no cair da noite e quando amanhecem dentro de nós, já não há mais o que fazer. Pena que o seu era mau e só floresceu em mim, erva-daninha. A dor só deixa de ser dor, quando a sente-se inteira e como em uma contração renal parece que vamos morrer; e não morremos! O extremismo faz parte de mim, nunca amei pouco, nunca sonhei baixo, nunca deixei de planejar e isso tudo nunca me poupou de sofrer muito. Ser estilhaçada virou praxe, o que me conforta dessa vez na esperança de sobrev

Afogando!

Hoje eu acordei desesperada pra escrever, com num impeto de socorro, sem nem pensar se alguém lerá, tanto faz, pouco importa, há tempos venho me afogando sem ninguém perceber! Escrever é minha última tentativa de nadar, de me mover, de sair disso, porque não , eu realmente não gosto  mais daqui.  No começo era bom, era divertido me aventurar nessa água, parecia límpida, segura e eu, imprudente e curiosa pulei de cabeça sem ponderar riscos e profundidade. Bati a cabeça em uma pedra, mas em vez de logo sair dali, enquanto dava pé; Não! Curti o barato da queda, a zonzeira da colisão  e a vertigem que gelidez me causava. Nadei com braçadas fortes. Em dias quentes, como náufraga, me deleitava com a abundância de água doce, matava minha sede momentânea, refrescava-me do calor escaldante,  relaxava-me com o som de suas curvas. Nas noites frias,  na controvérsia do deserto, me aquecia, chegava a arder a pele: eu gostava disso! Sua margem já não me importava mais, eu só queria ir mais

Gratidão.

No meio de tanto cinza: asfaltos, prédios, corações, semblantes e ceticismo, você surgiu! Trouxe flores, trouxe cores, trouxe amores... Num cemitério de romances aqui jazidos,  sua alma penada, de tantas penas voou e transcendeu um novo lar, dentro de mim. Veio com carinho gratuito, desses que a gente leva quando morre. Trouxe novos sonhos, os seus, que de alguma maneira respingaram nos meus. Encontrou nos versos alicerce para suas verdades. Enferrujado, tímido, jogou em cima do mim palavras vivas, latejantes, pelando; queimou , mas não doeu! Foi bom, foi único. Rapaz tirados dos livros de Saramago, com história que envolve, mistérios que instigam e olhar confiável. Poucas palavras, sintonia alinhada. Segredos compartilhados, cidades distintas, medos comuns, paixões mais ainda. Não sei pra que, nem porque, nem de onde e nem pra onde. Sei que é e ponto. Gratidão ao Universo, por me devolver em forma de pessoas, todo o bem que desejo aos outros. Vital.V.

Sangue vermelho, vivo, quente!

Eu gosto tanto de gente calorosa, daquelas que chegam abraçando tudo o que veem pela frente:  pessoas, oportunidades, problemas alheios, carências, medos e sonhos. São essas benditas desgarradas que me motivam a acreditar na vida. São pessoas de verdade, que amam de verdade, que se entregam de verdade e que se arrebentam de verdade. Os muros estão ai, nem observo os que ficam em cima dele, foco meu tempo nos loucos que tentam atravessa-los, seja no chute, cabeçada, portas alternativas, escaladas, mas que adentram o outro lado, voltam para trás quantas vezes quiserem. Arrisco a dizer que corre groselha sonsa em certas veias por ai.  Pessoas são feitas de sangue, vermelho e quente, que corre,lateja, queima e movem. Essas são vivas.   Essas merecem meus escritos e minha atenção. Pessoas que bagunçam, desmontam suas casas, esvaziam suas caixas, enchem de confete, sujam de cor as paredes brancas, riscam o chão cinza e amam os improváveis. Admiro pessoas que não tem medo da morte, ao co

O que te faz interessante?

Ele tem um sorriso lindo, gosta de Guns, anda de Long e carrega vários desenhos rabiscados pelo corpo. Ela é cristã, malha periodicamente, entende de sociologia e politica e compartilha fotos de animais abandonados. Ele é alto, tem um Beat preto blindado, joga tênis e faz cursos de culinária por hobby. Ela usa óculos, daqueles bem estilosos, lê livros esquisitos, tem uma boca bem sexy, escuta Folk e bebe Bloody Mary em bares alternativos da cidade. Ele tem séries e games por todo o quarto, é tímido e sensível, toca Legião desde menino e lida com crianças melhor do que com qualquer adulto. Ela é prática, objetiva e determinada. Usa roupas curtas, saltos finos, maquiagem carregada. Fala alto, o que pensa e faz rir rotineiramente. Ele fala em gírias, usa calças largas, boné de aba reta e camiseta Oakley. Fuma um, bebe dez, beija mil e tem pegada memorável. Mil padrões, critérios básicos de aceitação, triagem de currículos. O que te faz interessante? Vital.V.

Dessa vez não...

Eu vou me virar sozinha. Dessa vez você não vai saber que eu morri. Dessa vez você não vai me recolher do chão e apontar o caminho mais coerente. Dessa vez não vou sentar na sua frente, colocar o cabelo atrás da orelha, levantar a  sobrancelha esquerda e dizer:” Então... Precisamos conversar!”. Dessa vez eu não vou dividir o meu problema ( que é e sempre foi você) com você. Dessa vez eu vou chorar, me dilacerar, sangrar e não vou te mandar aquela mensagem do “estou mal, preciso de você aqui”. Não vou, entendeu? Eu não aguento mais ter você como meu maior mal e minha única salvação. Você é minha morte de Cruz e minha redenção. É a água que me sacia mas a mesma que me afoga. É a brisa que refresca e revigora mas a mesma que me congela. Não aguento mais suas idas e vindas, essa montanha-russa já causou vertigem, já deu “barato”, não mais! Estou de braços erguidos, pra sinalizar que quero descer, estou passando mal. Passando pelo meu mal. Que é você e que não passa. Vou ser forte, vou

Ficar só.

O silêncio pode ser o barulho mais ensurdecedor para uma alma em caos. Quanto mais sozinhos nos sentimos, mais nos cercamos de pessoas, mais aumentamos o espaço vazio. Pessoas amarradas em relacionamentos frustrados pelo medo de ficarem sozinhas. Mas Santo Deus, você já está sozinho! Há tempos não sabe o que é dividir uma angustia sua, um desejo, seus medos, seus sonhos. Mas de que temos medo de verdade? Acredito que nosso maior medo, seja de nos encarar de frente, olhar nos nossos próprios olhos e perceber quem realmente somos. Estar sozinho  não deveria ser um martírio e sim um refugio. Pessoas nos desestabilizam o tempo todo. Nosso centro é nosso prumo. Aprender a ficar na própria companhia é tarefa árdua e complexa, mas tão vital quando respirar. Nos escravizamos e submetemos a prisões solitárias por medo da própria solidão? Eis ai mais uma contradição da nossa humanidade limitada e ingênua que me incomoda e me pega na curva diariamente. Felicidade compartilhada

Livros e pessoas!

Pra mim, pessoas são como livros. Leio ambos. É muito fácil gostar da capa, principalmente quando se lê um prefácio intrigante,  misterioso, desafiador e um tanto quanto confuso. Compro. Nada  me excita mais do que o cheiro do livro novo, a ansiedade por adentrá-lo, as mil possibilidades que cabem em algumas páginas, a trama que tem ali traçada bem nas minhas mãos. Você já dimensionou o peso que um livro traz consigo? O tanto de sentimentos, rostos, vidas, cheiros, realidades que vivem ali, nas folhas paradas? O caminho de volta pra casa é longo e eu fico enamorada pela minha aquisição. É tão minha, é tão particular.  Até eu começar a ler. Quando inicia-se a leitura de um livro já não somos mais donos daquele objeto. O danado cria vida própria e ele te conduz, te escraviza e tudo o que projetou já pouco importa, a verdade dele é absoluta e impõe as regras dali pra frente. Quando ama-se um livro, como ama-se uma pessoa, não basta compra-lo e ler somente as páginas que lhe int

Vende-se

  Em uma geração de pessoas que se buscam o tempo todo,  é constante trombarmos com uma leva de perdidos. Saímos na caçada dos iguais, dos melhores, dos perfeitos, dos belos, dos inteiros. Busca-se tanto, que já nem sabe-se mais o ponto de partida. É engraçado a exposição das pessoas nas redes sociais (não que eu não faça o mesmo, que fique claro!), a necessidade de serem, de terem, de mostrarem, de se venderem. Uns com preços muito alto, quase inatingíveis, outros tão baratos a troco de bala. Mas quem estipula o preço? Fácil. Os valores de quem compra. Estereótipos e personagens vem alicerçar e mascarar a relação do “sou/quero ser”. Na internet, você é quem decidir ser. Ora o pervertido, ora o romântico, ora o descolado, ora o conservador. O lance é que ninguém é um. Somos um todo, composto de todas essas realidades e é isso que nos torna interessantes. Se as pessoas entendessem que seus defeitos, limitações, magoas, traumas, medos e lacunas as tornam interessantes, deixa

Viagem ao centro de si!

Nada move mais o ser humano, desde que o mundo é mundo, do que a busca do auto entendimento. Vivemos numa busca constante dos próprios lares, das próprias convicções e de nossas verdades. Sei que o tema é complexo e muito enraizado, singular e nada genérico, mas ainda assim, arrisco-me a falar sobre; Por diversas vezes nos encontramos em uma viagem interior, como se adentrássemos uma aeronave e embarcássemos em uma jornada ao desconhecido. Ora escuro,  no breu, ora cheia de luz e coisas lindas. Sempre que resolvo me entender, visualizo meu interior como o universo, cheio de galáxias inabitadas. Uma viagem solitária e, porque não, assustadora. Deparar-se com os próprios demônios não é nada fácil - tampouco agradável-; Pousar na galáxia dos medos então, desesperador. Navegar pelos sonhos, desejos secretos, recordações e certezas também pode ser perigoso. A limpeza interior, a lapidação da alma são tarefas árduas e dolorosas. Mexem diretamente na nossa estrutura. Arrancar a

Um texto MUITO apaixonado!

Já não era sem tempo de você chegar! Nossa, como você demorou! Te esperei sem nem saber o que ansiava, o que merecia. Te esperei nos domingos cinzentos, nas segundas desumanas, nas quartas de cinema, nas sextas de folia, nos sábados no parque. Senti tanto sua falta sem nem saber que você chegaria! Tudo o que vivi pareceu tão sem graça depois que você chegou; As felicidades extremas, as pessoas tão interessantes, as comidas mais saborosas, os shows insanos, os lugares mais bonitos, tudo insonso, completamente sem graça sem você. Como pode,  alguém tão despretensioso chegar trazendo arco-íris, perfume, luz e barulho? Você foi ( e é!) o combo das coisas mais bonitas do mundo. Só me promete uma coisa? Agora que chegou, fica? Não aguentaria esperar nem mais um segundo.   Vital.V.

Não precisa mais!

Sabe quando eu pedi para você comprar aquele vinho, porque eu tinha feito a sua massa preferida? Então, não precisa mais. Sabe quando eu pedi pra gente ficar em casa porque estava frio e eu estava com cólica e só queria ficar abraçada com você assistindo aquela série que a gente adora? Então, não precisa mais. Sabe quando eu te pedi pra ficar 5 minutinhos a mais na cama porque eu queria te olhar bem de perto e ter a certeza de que nosso universo era ali? Então, não precisa mais. Sabe quando te pedi pra comprarmos um cachorrinho, pra gente leva-lo ao parque aos domingos e encher de amor, que sempre transbordou? Então, não precisa mais. Sabe quando te pedi pra ir comigo visitar minha avó no hospital, no dia que você tinha futebol, pois eu estava angustiada e com medo de perde-la? Então, não precisa mais. Sabe quando te pedi para me buscar na faculdade naquela noite fria e que chovia muito, que eu estava cansada e triste? Então, não precisa mais. Não precisa mais  porque sua

Gota D'Água

E finalmente chega ao fim. Alguém, além de mim, já reparou que a gota d’água é menor do que sua supremacia? Nós suportamos trancos, barrancos, todos os tipo de desaforos, engolimos sapos, bois e rinocerontes, levamos murro, chute, gancho e permanecemos ali, de pé. Alias, de pé é onde estou agora, pois aguenta-se tudo isso de quatro, de joelhos, prostrada as condições impostas em troca de farelos de amor. A pessoa cria um reino em torno da sua devoção, impermeável a qualquer reação e objeção de sua parte. Nesse ciclo nocivo e humilhante, vamos carregando demônios em nossas costas, afundando-nos em nós mesmos. Até que chega um dia que: FIM! Acaba, com algo simples, a gota d’água; você pontua e decide e todo o império desaba, seus grilhões se rompem e o sol volta a brilhar. E a sede que te causaram, agora a afogará. Vital,V.

Um pouco de poesia sem sentido.

Malditos vícios. Malditos indícios. Malditos erros. Malditos ciclos. Maldita ansiedade. Maldita insanidade Maldita sorte Maldita saudade. Bendito aquele que vive e se entrega, não teme e faz. Vive sua Cruz, seu carma e de seu destino não foge jamais. Um brinde saludo, aos loucos insanos; Que de amor arquitetam seus planos. Vital.V.

Deixa ele amar do jeito que sabe...

Deixa ele amar do jeito que sabe, com o pouco que tem, com  o tudo que lhe cabe. Você espera flores, ele chega com ingressos e risos, você quer amores, ele um pega violento , você deseja um vinho e a seleção de bons queijos, ele chega sem camisa, com sua “ breja “e te rouba um beijo. Você é fina, ele um grosso, você é direta e reta, ele cambaleia, é todo torto. Ansiamos demasiadamente, nos frustramos tanto quanto. Ele te ama. Mais do que tudo. O tudo dele, que é diferente do seu. Nem menos e nem mais, mas o dele. Você vive achando ele um babaca, liga para as amigas, grita pro mundo que acabou, posta aquele texto (ou esse!) de autoajuda nas redes sociais, sai atropelando tudo, desapontada com o quão oposto ele é de suas apostas. Agora me explica, você ama a quem? A ele, com tudo o que ele tem e é, com as bagagens que traz ou você nem teve tempo de reparar, amando o apego que tem as suas idealizações e expectativas? Se a sua opção sincera for à um, ótimo! A matemática do êx