Eu vou me virar sozinha. Dessa vez você não vai saber que eu
morri. Dessa vez você não vai me recolher do chão e apontar o caminho mais
coerente. Dessa vez não vou sentar na sua frente, colocar o cabelo atrás da
orelha, levantar a sobrancelha esquerda e dizer:” Então... Precisamos
conversar!”. Dessa vez eu não vou dividir o meu problema ( que é e sempre foi
você) com você. Dessa vez eu vou chorar, me dilacerar, sangrar e não vou te mandar
aquela mensagem do “estou mal, preciso de você aqui”. Não vou, entendeu? Eu não
aguento mais ter você como meu maior mal e minha única salvação. Você é minha
morte de Cruz e minha redenção. É a água que me sacia mas a mesma que me afoga.
É a brisa que refresca e revigora mas a mesma que me congela. Não aguento mais
suas idas e vindas, essa montanha-russa já causou vertigem, já deu “barato”,
não mais! Estou de braços erguidos, pra sinalizar que quero descer, estou
passando mal. Passando pelo meu mal. Que é você e que não passa.
Vou ser forte, vou ser firme, vou ser o que era antes de
você chegar. Na matemática da vida, você usou as quatro operações erradas
comigo: Somou problemas, subtraiu sorrisos, multiplicou meus traumas e dividiu
meu peito em dois.
Deixa, dessa vez eu me viro sozinha.
Vital,V.
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