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Mostrando postagens de janeiro, 2016

Escolhas...

Eram tantos papos disponíveis por ai; tinha blues, tinha Picasso, tinha Leminski ( Ahh Leminski!) e também tinha Caetano. Pintava astrologia, tropeçava em geopolítica  e me encantava com cordel. Todos me enchiam os olhos e abriam o apetite, mas ainda assim, eu quis o seu. Era simples, despretensioso,  trazia previsão do tempo, os heróis dos quadrinhos, suco de caju, música brega que sacoleja por dentro e um romantismo quase velado. Haviam também sorrisos vagando por ai. Sempre tive queda por essa curva suave cheia de significado que temos no rosto e mais ainda pelo poder de transfigurar feições que ela carrega. Vi um mais bonito que o outro: convidativos, insinuantes, maliciosos e cativantes. Mas ainda assim, escolhi o seu, que se abria pelo simples fato da  minha chegada. Sei que de todos os abraços que experimentei, no seu, eu cabia inteira e não tinha vontade de sair. E de todos os beijos, o seu me tocava a alma. Todos os toques, o seu arrepiava cada fio do meu corpo e de t

Carta ao coração (Leiam!)

São Paulo, 22 de janeiro de 2016. Prezado Senhor Coração, boa tarde! Precisamos conversar... Sei que há tempos venho testando sua resiliência e capacidade de superação e preciso-lhe dizer: parabéns! Parabéns por estar batendo, parabéns por estar mais forte do que nunca e por mais sentimentos que você seja, sempre deu ouvidos ao nosso amigo cérebro para resolver as emboscadas em que te coloquei. Sinto que a cada nova experiência, sua dilatação é notável e abraça de forma carinhosa cada uma delas. Queria desculpar-me pelas inúmeras vezes que minha imprudência te machucou, como quando lhe entreguei de mãos beijadas a pessoas que não eram dignas de receb ê -lo. Eu erro muito, você bem sabe, e só acerto quando dou voz ao que me diz. Desculpas também por sufocar lhe com meus medos, por não  deixar pulsar o sangue pelo resto do corpo.   Minha covardia sempre nos atrapalhou!                                                                                                

Doses de Amor!

Estou feliz! Quanto? O suficiente. Porque? Porque felicidade demais me assusta. Ai chega você, com seus olhos pequenos e um sorriso de lado, cheio de dúvidas e medos velados e num piscar de olhos por trás dos óculos me desmancha por completo. Daquele tipo sutilmente perigoso, delicadamente indecente e racionalmente imprudente, foi me tirando o prumo, o folego, a roupa e finalmente o juízo. A gente tenta evitar o inevitável, dosar o que mais queremos e pra que? Pra chegar lá na frente e jogar tudo pro alto. Eu quis você, logo de cara, mas eu quis muito sabe? Neguei pra mim, neguei pra você, neguei pros que nos rodeavam. Neguei, fui firme; rompeu. Agora chega de esperar, vamos adentrar juntos nessa vontade louca que nos aproximou, vamos dar vazão ao imã e aos desejos. Te quero hoje, por inteiro, e amanhã? Também . Minha cilada favorita, meu erro mais querido, seja bem vindo, acolho seus beijos, planos e danos. Se der errado? Impossível dar errado, algo que de primeir

Engraçado

Engraçado como sempre começo um texto achando algo “engraçado." Mas é que eu acho graça de tanta ironia sabe? Das pessoas, das circunstâncias e principalmente do destino . São tantas peças pregadas, que eu precisaria de uma vida a mais para montar esse “quebra-cabeça." Já repararam a dança do tira-e-põe que acontece diariamente com todos nós? Pessoas entram e saem de nossas vidas sem ao menos pedir licença, sem perguntar se tudo bem, se estamos preparados pra essa transição. Temos de estar alertas o tempo todo, constantemente preparados para rupturas e invasões; abruptas e traumáticas na maioria das vezes! Dizem que somos frágeis, mas não nos é permitido de fato ser. Com isso, as  cascas  engrossam, os calos enrijecem a cada colisão emocional e nossa armadura se fecha gradativamente até nos sufocar. Mas o que fazer? Pra onde fugir. Não há; Não tem; Não pode! Como músculos exercitados, nos toramos mais fortes de tanto pegar força, levar tranco. Aprendemos que