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Mostrando postagens de maio, 2020

O fim do mundo.

         O céu nunca esteve tão pulcro. O azul nunca foi tão capri, brincando de ser celeste. A brisa que sopra na minha janela nunca pareceu tão límpida, vítrea.          O verde, que pouco consigo enxergar do nono andar do meu apartamento, parece mais vivo do que em qualquer outro momento dos meus quase 30 anos.         O som dos pássaros, que eu já não ouvia mais, agora me parecem   intenso e desanuviados.         E as pessoas,essas me parecem tão mais especiais do que jamais foram pra mim. Estou sentada de fronte ao meu horizonte delimitado em 1,20 x 2,00, chamado também de janela  apreciando com um                    jazz de fundo e uma taça elegante na mão: o fim do mundo. Dói fundo, uma consternação a cada dia longe de quem amo. Lancina a conscientização           da realidade. Só torna ainda mais burlesco esse texto, em forma de prosa,    a catástrofe                          pandêmica em que fomos arremessados e não conseguimos   insurgir. Mas qual barbá