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Mostrando postagens de julho, 2015

Gratidão.

No meio de tanto cinza: asfaltos, prédios, corações, semblantes e ceticismo, você surgiu! Trouxe flores, trouxe cores, trouxe amores... Num cemitério de romances aqui jazidos,  sua alma penada, de tantas penas voou e transcendeu um novo lar, dentro de mim. Veio com carinho gratuito, desses que a gente leva quando morre. Trouxe novos sonhos, os seus, que de alguma maneira respingaram nos meus. Encontrou nos versos alicerce para suas verdades. Enferrujado, tímido, jogou em cima do mim palavras vivas, latejantes, pelando; queimou , mas não doeu! Foi bom, foi único. Rapaz tirados dos livros de Saramago, com história que envolve, mistérios que instigam e olhar confiável. Poucas palavras, sintonia alinhada. Segredos compartilhados, cidades distintas, medos comuns, paixões mais ainda. Não sei pra que, nem porque, nem de onde e nem pra onde. Sei que é e ponto. Gratidão ao Universo, por me devolver em forma de pessoas, todo o bem que desejo aos outros. Vital.V.

Sangue vermelho, vivo, quente!

Eu gosto tanto de gente calorosa, daquelas que chegam abraçando tudo o que veem pela frente:  pessoas, oportunidades, problemas alheios, carências, medos e sonhos. São essas benditas desgarradas que me motivam a acreditar na vida. São pessoas de verdade, que amam de verdade, que se entregam de verdade e que se arrebentam de verdade. Os muros estão ai, nem observo os que ficam em cima dele, foco meu tempo nos loucos que tentam atravessa-los, seja no chute, cabeçada, portas alternativas, escaladas, mas que adentram o outro lado, voltam para trás quantas vezes quiserem. Arrisco a dizer que corre groselha sonsa em certas veias por ai.  Pessoas são feitas de sangue, vermelho e quente, que corre,lateja, queima e movem. Essas são vivas.   Essas merecem meus escritos e minha atenção. Pessoas que bagunçam, desmontam suas casas, esvaziam suas caixas, enchem de confete, sujam de cor as paredes brancas, riscam o chão cinza e amam os improváveis. Admiro pessoas que não tem medo da morte, ao co

O que te faz interessante?

Ele tem um sorriso lindo, gosta de Guns, anda de Long e carrega vários desenhos rabiscados pelo corpo. Ela é cristã, malha periodicamente, entende de sociologia e politica e compartilha fotos de animais abandonados. Ele é alto, tem um Beat preto blindado, joga tênis e faz cursos de culinária por hobby. Ela usa óculos, daqueles bem estilosos, lê livros esquisitos, tem uma boca bem sexy, escuta Folk e bebe Bloody Mary em bares alternativos da cidade. Ele tem séries e games por todo o quarto, é tímido e sensível, toca Legião desde menino e lida com crianças melhor do que com qualquer adulto. Ela é prática, objetiva e determinada. Usa roupas curtas, saltos finos, maquiagem carregada. Fala alto, o que pensa e faz rir rotineiramente. Ele fala em gírias, usa calças largas, boné de aba reta e camiseta Oakley. Fuma um, bebe dez, beija mil e tem pegada memorável. Mil padrões, critérios básicos de aceitação, triagem de currículos. O que te faz interessante? Vital.V.

Dessa vez não...

Eu vou me virar sozinha. Dessa vez você não vai saber que eu morri. Dessa vez você não vai me recolher do chão e apontar o caminho mais coerente. Dessa vez não vou sentar na sua frente, colocar o cabelo atrás da orelha, levantar a  sobrancelha esquerda e dizer:” Então... Precisamos conversar!”. Dessa vez eu não vou dividir o meu problema ( que é e sempre foi você) com você. Dessa vez eu vou chorar, me dilacerar, sangrar e não vou te mandar aquela mensagem do “estou mal, preciso de você aqui”. Não vou, entendeu? Eu não aguento mais ter você como meu maior mal e minha única salvação. Você é minha morte de Cruz e minha redenção. É a água que me sacia mas a mesma que me afoga. É a brisa que refresca e revigora mas a mesma que me congela. Não aguento mais suas idas e vindas, essa montanha-russa já causou vertigem, já deu “barato”, não mais! Estou de braços erguidos, pra sinalizar que quero descer, estou passando mal. Passando pelo meu mal. Que é você e que não passa. Vou ser forte, vou

Ficar só.

O silêncio pode ser o barulho mais ensurdecedor para uma alma em caos. Quanto mais sozinhos nos sentimos, mais nos cercamos de pessoas, mais aumentamos o espaço vazio. Pessoas amarradas em relacionamentos frustrados pelo medo de ficarem sozinhas. Mas Santo Deus, você já está sozinho! Há tempos não sabe o que é dividir uma angustia sua, um desejo, seus medos, seus sonhos. Mas de que temos medo de verdade? Acredito que nosso maior medo, seja de nos encarar de frente, olhar nos nossos próprios olhos e perceber quem realmente somos. Estar sozinho  não deveria ser um martírio e sim um refugio. Pessoas nos desestabilizam o tempo todo. Nosso centro é nosso prumo. Aprender a ficar na própria companhia é tarefa árdua e complexa, mas tão vital quando respirar. Nos escravizamos e submetemos a prisões solitárias por medo da própria solidão? Eis ai mais uma contradição da nossa humanidade limitada e ingênua que me incomoda e me pega na curva diariamente. Felicidade compartilhada

Livros e pessoas!

Pra mim, pessoas são como livros. Leio ambos. É muito fácil gostar da capa, principalmente quando se lê um prefácio intrigante,  misterioso, desafiador e um tanto quanto confuso. Compro. Nada  me excita mais do que o cheiro do livro novo, a ansiedade por adentrá-lo, as mil possibilidades que cabem em algumas páginas, a trama que tem ali traçada bem nas minhas mãos. Você já dimensionou o peso que um livro traz consigo? O tanto de sentimentos, rostos, vidas, cheiros, realidades que vivem ali, nas folhas paradas? O caminho de volta pra casa é longo e eu fico enamorada pela minha aquisição. É tão minha, é tão particular.  Até eu começar a ler. Quando inicia-se a leitura de um livro já não somos mais donos daquele objeto. O danado cria vida própria e ele te conduz, te escraviza e tudo o que projetou já pouco importa, a verdade dele é absoluta e impõe as regras dali pra frente. Quando ama-se um livro, como ama-se uma pessoa, não basta compra-lo e ler somente as páginas que lhe int

Vende-se

  Em uma geração de pessoas que se buscam o tempo todo,  é constante trombarmos com uma leva de perdidos. Saímos na caçada dos iguais, dos melhores, dos perfeitos, dos belos, dos inteiros. Busca-se tanto, que já nem sabe-se mais o ponto de partida. É engraçado a exposição das pessoas nas redes sociais (não que eu não faça o mesmo, que fique claro!), a necessidade de serem, de terem, de mostrarem, de se venderem. Uns com preços muito alto, quase inatingíveis, outros tão baratos a troco de bala. Mas quem estipula o preço? Fácil. Os valores de quem compra. Estereótipos e personagens vem alicerçar e mascarar a relação do “sou/quero ser”. Na internet, você é quem decidir ser. Ora o pervertido, ora o romântico, ora o descolado, ora o conservador. O lance é que ninguém é um. Somos um todo, composto de todas essas realidades e é isso que nos torna interessantes. Se as pessoas entendessem que seus defeitos, limitações, magoas, traumas, medos e lacunas as tornam interessantes, deixa

Viagem ao centro de si!

Nada move mais o ser humano, desde que o mundo é mundo, do que a busca do auto entendimento. Vivemos numa busca constante dos próprios lares, das próprias convicções e de nossas verdades. Sei que o tema é complexo e muito enraizado, singular e nada genérico, mas ainda assim, arrisco-me a falar sobre; Por diversas vezes nos encontramos em uma viagem interior, como se adentrássemos uma aeronave e embarcássemos em uma jornada ao desconhecido. Ora escuro,  no breu, ora cheia de luz e coisas lindas. Sempre que resolvo me entender, visualizo meu interior como o universo, cheio de galáxias inabitadas. Uma viagem solitária e, porque não, assustadora. Deparar-se com os próprios demônios não é nada fácil - tampouco agradável-; Pousar na galáxia dos medos então, desesperador. Navegar pelos sonhos, desejos secretos, recordações e certezas também pode ser perigoso. A limpeza interior, a lapidação da alma são tarefas árduas e dolorosas. Mexem diretamente na nossa estrutura. Arrancar a

Um texto MUITO apaixonado!

Já não era sem tempo de você chegar! Nossa, como você demorou! Te esperei sem nem saber o que ansiava, o que merecia. Te esperei nos domingos cinzentos, nas segundas desumanas, nas quartas de cinema, nas sextas de folia, nos sábados no parque. Senti tanto sua falta sem nem saber que você chegaria! Tudo o que vivi pareceu tão sem graça depois que você chegou; As felicidades extremas, as pessoas tão interessantes, as comidas mais saborosas, os shows insanos, os lugares mais bonitos, tudo insonso, completamente sem graça sem você. Como pode,  alguém tão despretensioso chegar trazendo arco-íris, perfume, luz e barulho? Você foi ( e é!) o combo das coisas mais bonitas do mundo. Só me promete uma coisa? Agora que chegou, fica? Não aguentaria esperar nem mais um segundo.   Vital.V.

Não precisa mais!

Sabe quando eu pedi para você comprar aquele vinho, porque eu tinha feito a sua massa preferida? Então, não precisa mais. Sabe quando eu pedi pra gente ficar em casa porque estava frio e eu estava com cólica e só queria ficar abraçada com você assistindo aquela série que a gente adora? Então, não precisa mais. Sabe quando eu te pedi pra ficar 5 minutinhos a mais na cama porque eu queria te olhar bem de perto e ter a certeza de que nosso universo era ali? Então, não precisa mais. Sabe quando te pedi pra comprarmos um cachorrinho, pra gente leva-lo ao parque aos domingos e encher de amor, que sempre transbordou? Então, não precisa mais. Sabe quando te pedi pra ir comigo visitar minha avó no hospital, no dia que você tinha futebol, pois eu estava angustiada e com medo de perde-la? Então, não precisa mais. Sabe quando te pedi para me buscar na faculdade naquela noite fria e que chovia muito, que eu estava cansada e triste? Então, não precisa mais. Não precisa mais  porque sua

Gota D'Água

E finalmente chega ao fim. Alguém, além de mim, já reparou que a gota d’água é menor do que sua supremacia? Nós suportamos trancos, barrancos, todos os tipo de desaforos, engolimos sapos, bois e rinocerontes, levamos murro, chute, gancho e permanecemos ali, de pé. Alias, de pé é onde estou agora, pois aguenta-se tudo isso de quatro, de joelhos, prostrada as condições impostas em troca de farelos de amor. A pessoa cria um reino em torno da sua devoção, impermeável a qualquer reação e objeção de sua parte. Nesse ciclo nocivo e humilhante, vamos carregando demônios em nossas costas, afundando-nos em nós mesmos. Até que chega um dia que: FIM! Acaba, com algo simples, a gota d’água; você pontua e decide e todo o império desaba, seus grilhões se rompem e o sol volta a brilhar. E a sede que te causaram, agora a afogará. Vital,V.