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Mostrando postagens de abril, 2017

Eu chorei pelo sistema.

Uma tarde fria de um domingo qualquer. Tudo acontecia lá fora como sempre aconteceu. As horas passavam, as pessoas grassavam gozando do seu direito de ir e vir, a fome assentava, o medo imperava, a angústia antecedente a segunda adentrava, enfim... Só mais um dia “normal”. E eu chorei.     Não no sentido poético, não de forma alegórica. [ Foi literal, foi visceral] Venho chorando desde então   - dia após dia -   de forma lancinante e,  desculpem-me a sinceridade, mas um tanto quanto colérica. Eu já chorei com Homero, Virgílio e Cervantes. Também com Drummond, com Flaubert e Assis. Hoje eu choro com Coetzee, Trotsky, Amendola, Bakunin e Marx. {Choro as lágrimas de Brecht.} Choro o sangue de Spies ,Parsons, Fischer e Engel.   Choro  ainda mais pelo João, pelo Zé, pelo Sr. Pedro, pela Dona Maria, pela Luisa, pelo Oswaldo, pelo (...) . Choro pelos meus filhos – pobrezinhos - que nem gerados foram e já estão condenados a exploração. Choro pela injustiça masca

Lutar (se)

Vivo dilemas utópicos quase arbitrários pelo simples fato de vivê-los, entende? Não?! Deixe-me tentar explicar.. Drummond disse-me uma vez que  só é lutador quem sabe lutar consigo mesmo. E não? Ora pois, não há nada mais lancinante e intimamente mordaz do que o auto- confronto.                                                                                                                                                          [diário, estafante, precípuo...] Em uma vida de lutas, nossas contendas  arremessam-nos às quedas, mas também nos impulsionam a emergir de forma insólita.  Me desmontam, desmantela-me; isso é bom! Uma constante provocativa gera cócegas no  interior. Uma inquietação progressiva a qual tenho grande apreço. quase nunca é agradável. Encarar-se requer coragem, corajosos são os que encaram-se.  Me coloco em xeque, aponto o dedo pro espelho, pergunto: { "Qualé? "}; refuto-me,  contradigo-me, contesto-me, impugno-me, desminto-m