Hoje eu acordei desesperada pra escrever, com num impeto de socorro, sem nem pensar se alguém lerá, tanto faz, pouco importa, há tempos venho me afogando sem ninguém perceber! Escrever é minha última tentativa de nadar, de me mover, de sair disso, porque não , eu realmente não gosto mais daqui. No começo era bom, era divertido me aventurar nessa água, parecia límpida, segura e eu, imprudente e curiosa pulei de cabeça sem ponderar riscos e profundidade. Bati a cabeça em uma pedra, mas em vez de logo sair dali, enquanto dava pé; Não! Curti o barato da queda, a zonzeira da colisão e a vertigem que gelidez me causava. Nadei com braçadas fortes. Em dias quentes, como náufraga, me deleitava com a abundância de água doce, matava minha sede momentânea, refrescava-me do calor escaldante, relaxava-me com o som de suas curvas. Nas noites frias, na controvérsia do deserto, me aquecia, chegava a arder a pele: eu gostava disso! Sua margem já não me importava mais, eu só queria ir mais
E tenho dito, ponto final, paramos por aqui e fim de prosa! Podemos conversar?