Nossa Eternidade Desenhamos formas no ar, as pontas dos dedos dançavam entre o nada, de forma desajeitada, se tocavam, entrelaçados, unindo ali, energia singular. Ele tinha um cheiro bom, mas o hálito dele era o que encantava, tinha um adocicado quase enjoativo, que me dava uma pontada no fundo da garganta. Ele falava baixinha, com uma rouquidão de arrepiar cada fio do meu corpo. A pontinha do nariz gelado, roçava carinhosamente pela minha face, causando choque térmico na minha pele fervente. Dizem que não temos controle sob as horas, mas naquele momento, eu sei que os minutos congelaram tamanho frio na minha barriga. O ar era denso, nossos movimentos em câmera lenta, o quarto escuro estava iluminados pelas luzes da cidade que não dorme. Os corpos estavam exaustos, nus, suados, ofegantes e em nó. Não se sabia onde começava um e terminava o outro, e na boa? Eu não queria descobrir. Eu não sei se era Chico ou se era Caetano, mas era bossa, era blues. Risadas eufóricas, câimbra n
E tenho dito, ponto final, paramos por aqui e fim de prosa! Podemos conversar?