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Algumas histórias inspiram (e respiram e piram!)

Acredita em amor a primeira vista? No primeiro beijo? Na reação quimica do esbarrar das mãos? E vontade súbita (e quase incontrolável!) de não largar nunca mais alguém que acaba de conhecer?  Em indentificação simultanea das almas? Em sinergia imediata? Pois é, eu não acreditava tambem, até conhecer eles...
Ela eu conheço de trás pra frente, de ponta cabeça, do lado de fora e do lado de dentro, visitei seus lares e me encantei, ele é o personagem mais real dos meus últimos “livros da vida”, conheço o “ele dela”, um ele que ela enxerga, me retransmite, desenha sutilmente no ar e eu já estimo.
Em uma noite, dessas sem pretensões, uma foto, algumas brincadeiras, uns drinks (talvez muitos!) e um novo rumo, uma nova cor, um, novo jeito pra se levar a vida se fez!
Sinto neles a delicia do descobrir, do se enxergar no outro, de reaprender os passos, de curar traumas e despertar novos medos, mas principalmente novas coragens!
Gosto do que eles despertam em mim, sinto meu sangue correr nas veias e o coração rodopiar no peito, só de assistir essa loucura que se dá, gosto da entrega sem permissão, percebo os grilhões sendo quebrados e a invasão mutua acontecendo, dois tão dois,se tornando um. Uma única história que desafia os polos terrestres, um único tempo que desdenha do fuso horário, um desejo que ultrapassa o limite do toque e um sentimento, que meu amigo, se contrapõe ao racional.
Eles me fazem ver nitidamente, que quando ser quer, se dá um jeito e não uma desculpa. Foge do convencional se assim for preciso, lida com o inaceitável até então, só pelo simples fato de estar. Descobre-se novas formas de se “viver junto”, montando e desmontando tudo aquilo que já se achava definido, experimentando sensações e sentimentos que brotam sem nenhum controle.
Acredito nessa busca do utópico, materializando os sonhos em planos, os planos em conquistas e as conquistam em motivos para continuar e jamais, por nada, se largar.

Minha singela, mas de coração aberto, homenagem ao casal que me inspira todos os dias a me permitir e buscar (seja lá onde for!) o que me faz feliz!
                                    
“É força antiga do espírito
Virando convivência
De amizade apaixonada
Sonho, sexo, paixão
Vontade gêmea de ficar
E não pensar em nada…
Planejando
Pra fazer acontecer
Ou simplesmente
Refinando essa amizade
Eu vou dizendo
Na sequência bem clichê
Eu preciso de você...
-Balada do Amor Inabalável; Skank-




Vital,V


Comentários

Os queridinhos.

Eu precisava ter...

Eu precisava ter sido a última a ser escolhida para a festa junina durante toda a minha infância. Eu precisava ter tropeçado na quadra durante a educação física no último ano do Fundamental e feito todos os garotos darem risada. Eu precisava ter presenciado cenas de agressão física e moral dentro da minha casa. Eu precisava ter visto minha mãe chorar durante noites a beira da minha cama. Eu precisava ter deixado uma mala pronta no armário ao longo dos anos, caso precisasse fugir repentinamente. Eu precisava ter ouvido que eu não podia ir à casa da Vanessa, pois a mãe dela não aceitava colegas com pais separados. Eu precisava ter sido excluída da lista da festa de debutante da Dai pois não atendia ao padrão estético das outras meninas. Eu precisava ter me sentido a pior das garotas. Eu precisava ter enfiado o dedo na gargant a diversas vezes, pois tinha ódio do meu corpo e vergonha de mim. Eu precisava ter me submetido a relacionamentos abusivos por não me sentir dign

Eu chorei pelo sistema.

Uma tarde fria de um domingo qualquer. Tudo acontecia lá fora como sempre aconteceu. As horas passavam, as pessoas grassavam gozando do seu direito de ir e vir, a fome assentava, o medo imperava, a angústia antecedente a segunda adentrava, enfim... Só mais um dia “normal”. E eu chorei.     Não no sentido poético, não de forma alegórica. [ Foi literal, foi visceral] Venho chorando desde então   - dia após dia -   de forma lancinante e,  desculpem-me a sinceridade, mas um tanto quanto colérica. Eu já chorei com Homero, Virgílio e Cervantes. Também com Drummond, com Flaubert e Assis. Hoje eu choro com Coetzee, Trotsky, Amendola, Bakunin e Marx. {Choro as lágrimas de Brecht.} Choro o sangue de Spies ,Parsons, Fischer e Engel.   Choro  ainda mais pelo João, pelo Zé, pelo Sr. Pedro, pela Dona Maria, pela Luisa, pelo Oswaldo, pelo (...) . Choro pelos meus filhos – pobrezinhos - que nem gerados foram e já estão condenados a exploração. Choro pela injustiça masca

E de repente passa...

E de repente passa... A dor que esmagava o peito, tirava o ar, embrulhava o estômago, passa... A saudade que mastigava, que corroía, que desbaratinava  simplesmente passa... O medo que cegava, que infiltrava, que assombrava... Passa também! E tudo aquilo que achávamos que nos mataria, vai se esvaindo, assim, como um copo trincado que perde lentamente a água e quando nos damos conta, já está vazio. Eu me esvaziei de você e nem me dei conta. Quando lembrei de ter saudades, eu já não a tinha mais. Deve ter pulado para outro coração. A tristeza já não mora mais aqui e eu não sei de seu paradeiro. Espero que ninguém encontre. E você, que era meu tudo, simplesmente não é  mais nada. Nada além de um vazio gigante que ficou no lugar de sua partida. Não dói, não fere, nada. Só é estranho, esquisito não ter você aqui me tirando o sono. Essa paz ensurdecedora é nova, preciso me adaptar a ela, afinal, por longo período, a única coisa que conhecia de cabo a rabo era o mal que me fa