Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de dezembro, 2014

Desejo

A Morte

Entendo que perder alguém que se ama vai muito além de uma ausência afiada que perfura de forma bem aguda o coração. Estende-se até o rombo que é deixado na estrutura familiar,      o lugar vago na mesa,         as roupas usadas há dias atrás,             a escova de dente meio descabelada na beira da pia,               a voz que ainda ecoa por todos os cantos da casa, a                    fotografia que congela momentos bons,                       a música que ainda ontem era assoviada de forma desafinada,                          o cheiro que ainda está no travesseiro,                                   o livro com a página demarcada.  Tudo está ali.  Menos você. A morte é tão implacável que não pergunta se você disse o quanto amava, não permite cinco minutos para pedir perdão pelas inúmeras falhas , não espera as etapas da vida que aquela pessoa simplesmente precisava estar ali, enfim...  Ela arranca o que está encarnado em você, derrubando seus pilare

E-S-C-R-E-V-E-R

Hoje eu decidi escrever sobre: escrever ! Em um longa reflexão sobre o que escrever, me peguei entusiasmada pela pré-criação; Cobrando-me um novo texto, não porque tenho leitores assíduos ou seja uma formadora de opiniões a rodo, mas pelo simples prazer – orgástico- que me dá, unir letras, palavras, sentenças e preposições de forma ritmada, sinérgica e deliciosamente minhas. Quando escrevo, me encontro, sou eu com o mundo e mais ninguém. Minha opinião é lei, não há espaço para contestações, questionamentos, durante alguns minutos, você só tem a opção de ler – e aceitar;- o que defini e sintetizei sobre a vida. É meu território, meu reino, meu refúgio, meu devaneio. Analisando pautas de uma vida inteira, percebo que só finalizo capítulos e digiro assuntos quando coloco-os no papel. Transcrever situações, me obriga a solucioná-las e me dá paz – ou forças- para seguir em frente. Se pudesse, conectaria fios por todo meu corpo, pra dividir com vocês o transe místico que me enco
Máquina do Tempo Ah quem duvide da capacidade de voltar no tempo! Eu não. Não sei porque ainda insistem em inventar máquinas para essa viagem, formulas mágicas para percorrer no passado ou visitar o futuro. Eu descobri isso de uma forma bem mais simples. Existem pessoas que são verdadeiros “portais”, que nos arremessam em realidades  longínquas de nossas vidas. Nos fazem sentir sensações adormecidas, empoeiradas, esquecidas. Nos remetem – e congelam- a épocas que gostaríamos de reviver, e acredite, com elas e através delas, nós revivemos. E assim sempre será. Mesmo que tragamos novas bagagens, histórias pra contar, mesmo que já não sejamos os mesmos, com aquelas pessoas, seremos sempre a “essência do nós”. Esses pilares são imutáveis, mesmo que cada um seja por si só uma metamorfose constante, o que representa e a força que tem nessa brincadeira atemporal não, essa é rocha e segura. Ainda bem, ainda bem... Vital, V.
Trecho do novo projeto... "... tragam mais água, rápido, precisamos de ajuda!!! - berravam com toda a força. O fogo já havia tomado todo o carro e em meio as ferragens, Otávio se movia com as últimas forças que lhe restavam, com os olhos fixados nos meus, lutava por mais alguns segundos de vida. Voltávamos das férias improvisadas que resolvemos nos dar depois do nosso retorno. Ficamos cerca de um ano separados e voltamos decididos a nunca mais nos soltar. Foi o ano mais estranho e vazio da minha vida. Lembrei-me dos primeiros dias na praia paradisíaca que nos hospedamos, Tatá como eu o chamava, ficava deitado na rede, abraçando-me contra o peito repetindo de hora em hora o quão queria parar o tempo e ficar ali comigo. Fizemos amor em uma manhã e enquanto ele beijava meus olhos, sussurrou em meu ouvido: “Estou fazendo um filho em você principessa!”. Foi o clímax da minha alma. Por dez dias, resgatei toda a felicidade de um vida. Eu gostava de me ver refletida nos olhos negros