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Mostrando postagens de novembro, 2015

Eu tive de ficar...

Eu  tive um sonho daqueles que arrancam sorrisos de dentro do nosso sono. Sonhei com o seu apartamento, aquele antigo de 2008. Estávamos deitados no sofá, discutindo o porque de ainda assistirmos a Globo e disputando com cócegas e pequenos apertões a posse do controle remoto. No sonho, você beijava minha cabeça e sussurrava no meu ouvido: “Eu nunca vou te deixar partir...”. Acordei sufocada. Realmente aquilo só podia ser um sonho, porque se teve algo que você fez bem, f oi me deixar partir. Lembro como me agarrei a você com  todas as minhas forças, unhas, dentes, laços e pernas. Fiz de tudo pra que você não me expelisse. Sentia como se eu fosse um espirro preso e que toda vez que você ameaçava soltar,eu rapidamente te distraía para adiar o inadiável. E eu adiei, e eu camuflei e eu me humilhei. Eu te amava mais que a mim mesma e esse foi o meu maior erro. O mandamento bíblico diz para amar ao próximo como a ti mesmo, mas nunca, jamais, mais que a si próprio. Não adianta, qu

Fragilidade Humana

Tenho me deparado frequentemente com os limites da fragilidade humana. Curioso como o homem (em espécie, não sexo) se diz tão superior as outras vidas do universo, sem se dar conta do quão facilmente se desmontam. Pessoas cheias de si, cheias de razão, cheias de princípios, cheias de tudo – caem por terra quando se deparam com o espelho e são ferozmente golpeados pelo que enxergam. Somos recipientes vivos, frágeis a tudo que depositam ou tiram de nós. Mesmo os mais blindados e aparentemente fortes guerreiros, tem seu calcanhar de Aquiles e basta tocarmos exatamente ali que o império vem abaixo. Acho presunçoso ao extremo achar que estamos prontos ou que não precisamos de nada e nem ninguém. Claro que o contrário disso também é prejudicial se encarado em excesso. Estamos numa gangorra de extremos entre uma sociedade carente e outra completamente gélida. Reconhecer-se humano é o primeiro passo para evolução e enfrentar as próprias fragilidades é a maior prova de coragem que se

E de repente passa...

E de repente passa... A dor que esmagava o peito, tirava o ar, embrulhava o estômago, passa... A saudade que mastigava, que corroía, que desbaratinava  simplesmente passa... O medo que cegava, que infiltrava, que assombrava... Passa também! E tudo aquilo que achávamos que nos mataria, vai se esvaindo, assim, como um copo trincado que perde lentamente a água e quando nos damos conta, já está vazio. Eu me esvaziei de você e nem me dei conta. Quando lembrei de ter saudades, eu já não a tinha mais. Deve ter pulado para outro coração. A tristeza já não mora mais aqui e eu não sei de seu paradeiro. Espero que ninguém encontre. E você, que era meu tudo, simplesmente não é  mais nada. Nada além de um vazio gigante que ficou no lugar de sua partida. Não dói, não fere, nada. Só é estranho, esquisito não ter você aqui me tirando o sono. Essa paz ensurdecedora é nova, preciso me adaptar a ela, afinal, por longo período, a única coisa que conhecia de cabo a rabo era o mal que me fa

Encantamento

Os olhos dele brilhavam diferente dentre todos os olhos. Emanava uma energia que me arrepiava e um magnetismo que me roubava de todos ali. Era um lugar comum, com pessoas comuns, com música comum; e por Deus, ele era tão especial! Não foi necessário trocar uma palavra pra perceber que ali, eu corria sérios perigos. Ele era ímpar. E eu queria ser seu par. Bastou alguns passos  estávamos frente a frente, no ponto para devorá-lo. Mas ele era bom demais para isso, quis saboreá-lo aos poucos, gradativamente, para nunca acabar! A cada palavra que saia de sua boca, me perfurava o estomago, causando um encantamento nunca vivido outrora. Todos os seus pontos de vistas eram diferentes e melhores do que conhecia. Ele era jazz, era blues, era cor, era show, era bossa, era rock, era roll , era groove, era sexy, era ele. Ele era uma mistura das coisas mais incríveis que existiam. Decorei cada centímetro do seu rosto, a curva acentuada que marcava seu sorriso – o mais lindo do mundo, juro