E de repente passa...
A dor que esmagava o peito, tirava o ar,
embrulhava o estômago, passa...
A saudade que mastigava, que corroía, que
desbaratinava simplesmente passa...
O medo que cegava, que infiltrava, que
assombrava... Passa também!
E tudo aquilo que achávamos que nos
mataria, vai se esvaindo, assim, como um copo trincado que perde lentamente a água
e quando nos damos conta, já está vazio.
Eu me esvaziei de você e nem me dei conta.
Quando lembrei de ter saudades, eu já não a
tinha mais. Deve ter pulado para outro coração. A tristeza já não mora mais
aqui e eu não sei de seu paradeiro. Espero que ninguém encontre.
E você, que era meu tudo, simplesmente não
é mais nada. Nada além de um vazio
gigante que ficou no lugar de sua partida. Não dói, não fere, nada. Só é
estranho, esquisito não ter você aqui me tirando o sono.
Essa paz ensurdecedora é nova, preciso me
adaptar a ela, afinal, por longo período, a única coisa que conhecia de cabo a
rabo era o mal que me fazia.
Vá com Deus. Não volte, a porta da frente
está fechada e as janelas bem trancadas.
Passe bem, que por sua causa, eu já não passo mais mal.
Vital, V.
Uau descreveu exatamente o que estou sentindo neste momento !
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