Os olhos dele brilhavam diferente dentre todos os olhos. Emanava
uma energia que me arrepiava e um magnetismo que me roubava de todos ali.
Era um lugar comum, com pessoas comuns, com música comum; e
por Deus, ele era tão especial! Não foi necessário trocar uma palavra pra
perceber que ali, eu corria sérios perigos. Ele era ímpar. E eu queria ser seu
par.
Bastou alguns passos estávamos
frente a frente, no ponto para devorá-lo. Mas ele era bom demais para isso,
quis saboreá-lo aos poucos, gradativamente, para nunca acabar!
A cada palavra que saia de sua boca, me perfurava o
estomago, causando um encantamento nunca vivido outrora. Todos os seus pontos
de vistas eram diferentes e melhores do que conhecia.
Ele era jazz, era blues, era cor, era show, era bossa, era
rock, era roll, era groove, era sexy,
era ele. Ele era uma mistura das coisas mais incríveis que existiam.
Decorei cada centímetro do seu rosto, a curva acentuada que
marcava seu sorriso – o mais lindo do mundo, juro!- a sobrancelha que
acompanhava piamente as emoções transbordadas, o queixo simetricamente quadrado
o que dava um toque de seriedade... E os olhos? Ah os olhos, tinham estrelas ao
invés de pupilas. Ele segurava o copo de forma firme. Confesso, achava tudo
nele bonito.
Ele tinha um cheiro de canela inebriante, e tenho a
impressão de ser da própria pele dourada que recobria aquele ser surreal.
Olhava-me bem no fundo dos olhos, como se quisesse me
desbravar, me desvendar. Era esse interesse dele em mim que o fazia mais curioso
e excitantemente instigante; porque eu?
Isso nós ainda vamos descobrir, mas eu sei, por A mais B o
porque ele.
Gradativamente, para não acabar.
Vital.V.
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