Acredite em mim; ainda estaremos sentada num bar e a cerveja
estará especialmente gelada, a porção de batatas oleosas voltará a ter sabor; e
a gente vai rir de tudo isso.
Lembraremos das horas corridas, aflitas, passadas e mal
acabas, sofridas; e a gente vai rir de tudo isso.
Contaremos uma a uma, as situações embaraçosas que
passamos até ali e os medos que brotavam como gotas em dias de chuva; e a gente
vai rir de tudo isso.
Olharemos para trás e não acreditaremos que pensamos que não
conseguiríamos, que não iriamos aguentar. Sentiremos por um segundo a mão na
garganta, aquela que sufocou por diversas vezes o choro que nós sufocamos para
parecer fortes. Olharemos uma para outra e brindaremos; a gente vai rir de tudo
isso.
Recordaremos as vezes que saímos para beber- ou esquecer- e
nos pegamos filosofando de como seria nossas vidas dali para frente. Se aquele
amor que nos destruía seria algum dia superado. Olhávamos uma para a outra e
dizíamos:” Não, impossível, dessa vez é pra sempre!”; a gente ainda vai rir de
tudo isso.
Nossos olhos encherão de lágrimas – como sempre fazíamos- ao
reviver as fotos ainda salvas naquela pasta esquecida do celular. Sentiremos
saudade do que vivemos, do que não vivemos e principalmente, do que gostaríamos
de ter vivido; a gente vai rir de tudo isso.
E a lógica irracional do tempo fará sua mágica novamente, e
ele passará e veremos que sobrevivemos e daremos risada, pois chegamos a um dia
duvidar. Nos confortará perceber que o foi verdade permaneceu, consolidou e
rendeu frutos e nos aliviará constatar que o que era de mentira, por terra
caiu.
Daremos as mãos, como na nossa promessa de nunca largar, e
perceberemos que Deus sempre cuidou de cada detalhe da nossa trajetória e que
tudo aconteceu por um propósito maior. O de estarmos ali.
Beberemos mais algumas cervejas – rotina cuja o qual não
mudou- e saberemos que estamos pronta para outras: outras dores, outras cores,
outros sabores, outros amores. E a gente ainda vai rir de tudo
isso.
Vital.V.
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