Ele tinha uma explosão dentro da boca (digo
no bom sentido, porque no mal, ainda não tinha tido o privilégio de
experimentar), um sorriso que derramava um turbilhão de sensações.
Todas as vezes que adentrava algum
ambiente, iluminava, contagiava, tomava conta e tornava luz tudo o que tocava.
Sempre tive queda pelos ranzinzas e
arrogantes, acho que um leve toque de soberba instiga e atiça minha mente
desbravadora, mas com ele não, ele era diferente.
Sua docilidade desarmada , seu bom-humor
infantil e pastelão, sua forma de sorrir com os olhos deixando-os minusculamente
escondidos, a risada escrachada e sem pudores ou discernimento, uma alegria tão
espontânea de ser, que havia sim, derretido meu coração fechado há tempos para
balanço;
Não sei se era paixão ou simplesmente
admiração. Era muito permeado pela energia que ele emanava. Todos gostavam da
presença dele, sabe? Ele era daqueles que roubava o avental da copeira, tirava
a senhora da faxina para dançar, trazia uma flor para a moça dos quitutes,
perguntava da família do rapaz dos correios, abraçava o pedreiro que reformava
a sala da diretoria, tudo isso sem que ninguém visse. Não era para os outros. Era
ele. Ele é um ser-humano lindo, de beleza irrevogável e transcendental. Gosto
de escutar a forma como se reporta aos superiores, com uma ousadia segura de
quem crê piamente que somos todos iguais, com firmeza e propriedade,
completando o combo que ferrou com a minha cabeça.
Ele parecia flertar com todas as garotas
que trombava, fossem bonitas ou feias, velhas ou novas, pois era gentil e afável
com todas, sem exceção.
Menos comigo! Maldito azar o meu.
Tornava-se tímido, desconcertava-se facilmente, não conseguíamos
olhar nos olhos por mais de alguns segundos e gaguejava ao pedir uma caneta
emprestada,
Achava curioso que nas trocas de e-mail,
ele me mandava “Beijoos”, cheio de letras e entusiasmo, já para todas as outras pessoas, era um apenas um “Forte Abraço”,
e eu, na minha timidez absurda respondia apenas:”Att”.
Até que um dia...
To be Continued...
Vital,V.
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