Percebe que o difícil é se desvincilhar do que se cria?
Pior do que a ausência ensurdecedora da pessoa, o que bate mais doído e latente no peito, é a saudade do que criou-se em conjunto.
As frases iniciadas previamente completadas, a osmose de idéias, o dialeto só nosso, as brincadeiras tão sem graças que nos matam de rir, o manual de instrução do carinho rotineiro.
Os costumes... Ahh os costumes, a ausência da pipoca com muita manteiga e o M&M dos cinemas de domingo, a playlist cansativa e saturada do nosso antigo carro, a pizza de sempre... Com cebola e sem borda, os apertões na barriga em sinal de reprovação, a mão no meu joelho enquanto dirige, o beijo na testa em sinal de respeito, o desabotoar da minha blusa com as pontas dos dedos, aquela bobagem sussurrada no ouvido.
Acordar de manhã e rolar na cama brincando que é um barco, o velho campeonato dos dedos cruzados, andar de mãos dadas bem apertadas. Rir das pessoas nos restaurantes, guerra de comida no meio da sala, futebol de quarta, ah que porre, queria assistir hoje todos os tempos!
Ainda bem que você se foi, Eu quis assim. Mas podia ter deixado o que criamos com guarda compartilhada para que pudêssemos beija-lá, cheira-lá sempre que nos fizesse falta.
Droga, todos os dias.
Vital, V.
Belissimo texto,
ResponderExcluirVocê fez uma lágrima rolar sem querer.
Adorei apreciar sua obra.
Abs
Diony que prazer ler seu comentário!
ResponderExcluirA ligação das palavras é direta e de livre acesso com nossas almas, se a lágrima rolou, deixa ela rolar, lágrimas pesam nos olhos, mas aliviam na alma!
Volte sempre =)
Vick
Pela milésima vez eu li.
ResponderExcluir"lágrimas pesam nos olhos, mas aliviam na alma!" que bom ler isso.
As vezes é bom deixa-la rolar para aliviar o peso que carregamos nos olhos.
Voltei =)