Um dia eu rasgo tudo o que sei.
Um dia vomito tudo que engoli.
Um dia exponho tudo que escondi.
Um dia encaro o que me matou e ainda tive de seguir.
Um dia eu jogo na cara e no ventilador, para os quatro cantos do meu mundo o que me sufocou.
Um dia eu canso de ser tão polida, diplomática e gentil.
Um dia eu perco a cabeça e mando para puta que o pariu.
Um dia eu desço do salto, revelo as mentiras, eu grito bem alto.
Um dia eu provo que eu nunca menti, que não fui eu que feri, que culpa dos outros eu assumi.
Um dia eu sustento a tal solidão. Rompo as correntes, me encaro de frente e fujo da prisão.
Um dia eu perco toda a ilusão a qual me calcei e firmei o meu chão.
Um dia eu me encontro na imensidão, desse campo minado do meu coração.
Um dia eu estou aqui a sua disposição, no outro acordo e parto então...
Um dia eu vou e não volto mais não.
E desse dia em diante, meu bem, nem tambor ou oração.
Me trazem de volta para sua encenação.
Viva cercado da sua omissão, refaça o roteiro, comece outra relação.
Venda o seu peixe raro no mercado, só não conte a ninguém que logo morre no aquário
Por falta de água, amor e paixão.
Um dia me conta sobre sua nova atração.
Nesse dia tão longe estarei, que só restará saudade em vão.
Vital, V.
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