Os pés encharcados e as pernas só inchaço.
A alça da bolsa estourou e o cartão bloqueou.
O salário não caiu e estou na chuva com muito frio.
Meu afeto machucou logo quem ele mais amou.
A saúde me esmurra, me arrastando pela rua, me desmonta e me desnuda. Eu grito alto e me mantenho muda.
Em casa a janela está aberta, alagou e já não me afeta.
A paixão que me enforca, me enlouquece e sufoca é a única que me importa.
Ansiedade já nem se fale, me consome e não me cabe.
Eu sou meios, eu sou medos, num rompante que era inteiro.
Eu escrevo e nem sou lida, mas tanto faz, é despedida.
Eu cansei e estou falida,
Dos meus planos e dessa vida.
Enquanto teço esses versos,
Negocio com o universo,
Que em troca dessa mente,
Me leve embora pela tangente.
Vital, V.
Comentários
Postar um comentário