Ela vivia num erro constante, ora errando, ora errando descomunalmente
tentando corrigir o erro preterido.
Nada mais errôneo do que suas incansáveis tentativas de reparo
imediato altruísta de situações caóticas ocasionadas por seu profundo egoísmo incontrolável.
Ela tinha um coração bom aos olhos dos outros, mas mau aos
seus próprios. Discernia com clareza o certo e o errado e ainda assim optava
pelo que lhe convinha, pelo que lhe dava prazer.
Uma mente brilhante, subvertida aos seus desejos mais
impuros. Apeada de forma néscia, põe a prova valores e princípios, regida pelas
tangidas batidas de seu coração.
Uma sucessão estrondosa de erros, balburdia, máculas, avarias , permeado de poesia, boas
intenções e olhares afetuosos.
Entre penitencia e contemplação, não sabe se entrega-se ao
ato penitencial ou a combustão, se goza de suas delícias ou intensifica o cilicio.
Há sangue por toda parte, nas mãos dos murros dados na ponta
da faca, da espada, da cara . Há sangue nos pés, de caminhar em círculos, sem
sair do lugar, há também grande quantia nos corações, do outro, do meu, do seu.
Persona non grata , vive estragando tudo por onde passa, ostentando
de maneira hipócrita, uma coroa de “querida/ adorável”.
Vital, V.
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