Eu reli todos os textos desse blog e percebi pontos convergentes
na minha vida.
Tirando o fato de repetir incansavelmente a palavra “rompante”
em todos eles – me perdoem por isso – eu caminhei até aqui presa a uma
montanha-russa sem controle.
Felicidades extremas, tristezas fatais.
Eu morri e renasci como a fênix mais antiga da mitologia.
Eu me rasgo por completo, me desfaço, me estilhaço... Eu não
tenho a mínima compaixão da minha alma.
Eu sou a suicida que se mantém viva para gozar do sofrimento
da própria morte.
Eu me jogo em frente aos trens que nem passariam na minha
linha.
Eu atravesso para tropeçar do outro lado.
Eu calculo os danos e assumo todos.
Eu não deveria estar aqui te contando essa história.
Eu sou fatidicamente um acidente que não deu certo.
E vou permanecendo viva, esbarrando hora ou outra em felicidades
abundantes.
E mais uma vez eu não tenho o menor cuidado com a minha
alma.
Eu me entrego, me envolvo, amo, cuido, me doo, me reinvento
e levanto voo.
Eu esqueço das dores e dissabores acumulados nas minhas
costas doloridas.
Eu não lembro das feridas ainda abertas e mergulho sem saber
se dá pé.
Eu sempre fui assim.
Então me conta, por
que dessa vez seria diferente?
Eu Já joguei a toalha tantas vezes que nem a encontro mais.
Eu já recomecei tantas vezes que nem lembro do gosto do fim.
E agora estou aqui novamente, desacreditada de tudo e rindo
do meu próprio drama.
Eu sou uma piada de mau gosto, mas ainda assim uma piada que
me faz gargalhar.
Eu sou o fracasso mais esperançoso que habita nessa temporada.
Eu sou a farsa mais honesta que você vai conhecer.
Eu sou tanta coisa, que apenas confirma que eu não sou
absolutamente nada.
Eu sou o “ninguém” mais cheio de si que já conheci.
Daqui há uns meses eu apareço de novo, com textos confusos e
envolventes e te conto um pouco mais sobre minha história.
Mesmo sabendo que ninguém se importa.
E eu só posso encerrar esse bate-papo com ninguém, talvez,
reafirmando que vivo aguardando um “rompante” de lucidez.
Me perdoem só dessa vez ou talvez mais cem.
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