Eu abri um arquivo em branco. Decidi que quero escrever um
livro sem ter medo de compartilhar com o mundo.
Sim, eu tenho um livro escrito que não deixo ninguém ler; por
apego, insegurança, enfim...
Todo começo de ano eu abro meu arquivo imaginário em branco
e coloco minhas metas, que raramente alcanço: emagrecer, fazer inglês, academia,
entre tantas outras, está sempre lá, no cantinho do meu rodapé o tão sonhado “escrever
um livro”.
E cá estou eu, escrevendo tudo isso aqui, no arquivo que
abri para começar meu livro. Seria cômico se não fosse trágico. Eu tenho uma
infeliz mania de procrastinar. Acho que é auto boicote. Medo de não ser reconhecida
boa, em algo que me considero ótima. Entende?
Desculpa, eu estou confusa. Sei que você acha um charme
minha confusão, mas ela não é. É caótica e irritante.
Eu queria escrever sobre amor, pois se tem arte que eu
domino, é essa: de amar. Em todas as semânticas. Mas automaticamente eu escreveria
sobre a dor, pois ela é o fruto que mais rendeu, toda vez que decidi amar.
Eu queria contar minha história. Mas quem veria relevância
nisso?
Eu queria inventar uma história, para ser dona do fim ao princípio,
nessa exata ordem invertida.
Eu queria ser dona do tempo. Nem que fossem em umas duzentas
páginas em branco.
Eu queria brincar de Deus pra testar minha intuição.
Eu queria ser compreendida, sem que eu precisasse me explicar.
Eu queria que você fingisse que não leu nada disso e encarasse
essa parada comigo.
Eu quero agora, que você solte a minha mão, que você segurou
até aqui sem perceber e adentra-se no meu universo, que está logo ali na
próxima página.
É melhor conferir, porque a chance de eu ter desistido novamente
é imensa.
Quero ler esse livro, continue !!!
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