Eu esqueci como se volta para casa. Eu não moro mais em mim... Eu morava em ti e nem sabia. Estou na rua, buscando um novo lar.
Viver na história do outro a nossa própria é no minimo, desvario.
Eu não reconheço os meus passos. Por anos eu caminhei de cabeça baixa, segurando firme sua mão.
Eu não lembro dos caminhos. Por anos eu dormi tranquila no banco do passageiro.
Eu não sei qual o meu rosto. Por anos eu me via através dos seus olhos.
Eu não distinguo meus sabores. Por anos eu absorvi apenas os seus.
Eu nem sei sequer o que de fato é meu...
Nem ao menos, quem sou eu.
Mas estou aprendendo...
A duras penas, com agrura e relutância, eu estou percorrendo.
Você sabia que haviam flores em mim? Sim! Encontrei uma perdida dia desses.
Ela me contou que existem outras...
Era uma rosa amarela, bonita até, um tanto quanto sovada, admito, porém tinha um perfume que eu reconheci:
Tinha cheiro de eu.
A saudade tomou conta...
Dessa vez não de você.
Saudades de mim, quem diria?
E agora eu estou tentando reparar os danos, corrigir os erros e atenuar as consequência desse rompimento tão inopinado;
O nosso?
Não, não...
{O meu com quem eu era...E sou. }
Creio agora, depois de tanta dor, que existam outras rosas aqui ...
Vital, V.
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