Ele é o típico cara babaca, sabe? Daqueles que tem o mundo
todo envolta do umbigo milimetricamente posicionado no abdome trincado.
Aqueles caras que aparecem na nossa vida da forma mais cliché – e avassaladora - possível.
São odiáveis, desprezíveis, repugnantes e tão, mais tão...Charmosos.
Odiamos tudo o que é proferido daquela boca linda, com
dentes perfeitos, queixo quadrado e hálito fresco.
As ideias são retrógradas e os ideais falidos, mas são
expostos com tanta convicção que é inevitável ao coração: nos rouba o ar , a
calma e a atenção.
É do tipo que nos afronta, desafia, amedronta. Nos faz querer
“consertá-los”. Coitados!
Não são dignos de sentimento ou afeição, mas tem a pele tão
quente a ponto de nos aquecer – e umedecer - num simples “Oi” ou num aperto de mão. Os olhos não dizem nada sobre a alma ou
coisa parecida, mas queimam de malícia e sarcasmo; adentram e invadem, arranca-nos
o senso, os medos, o prumo, a roupa. Driblam a sanidade, entre saliva e pescoços,
nos taxam de louca.
Esses malditos tem o cheiro bom, mãos fortes, voz grave. Uns
mentem, encenam para conseguir o que querem. Outros nem nos enganam, jogam
limpo e mostram a que vieram: jogar
sujo, baixo, pesado. Não se fazem de príncipes, afinal,
a graça mesmo está em ser o próprio Lobo
Mau. Não escapa Chapeuzinho, vovózinha, caçador,
quiçá eu.
E a gente se odeia, se cobra, se martiriza por cair em
sentimentos – e sensações – tão primitivas. Quem consegue dizer não? Quem
controla todo esse tesão? Quem vai na contramão? E quem ensina que é só brincadeira
pro coração? Sorte sua se você consegue sim, porque eu? Eu não.
Vital, V.
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